terça-feira, 30 de outubro de 2018

Ela e a liberdade

Ela vai e volta 
Com a mesma liberdade 
Que respira 
Odeia falar ao telefone 
Mas sempre pede 
Me liga?

Me xinga por nada 
Me manda a merda 
Duas horas depois 
Me chama 
Numa singela conversa 

Às vezes ela quer me matar 
Às vezes eu que 
Não quero nem vê-lá 
Mas se empenha 
E sabe 
Que nosso amor 
Já passou da brincadeira 

Ela é louca 
Eu às vezes eu sou mais
Eu sou água 
Ela é vinho 
Eu sou bruta 
Ela é espinho 
Eu explodo 
Ela me apavora 

Sou um mel 
Enquanto ela ainda aflora 
Minha tormenta 
Mulher briguenta 
Minha deusa 
Uma delicia 
De mulher marrenta 

Ela é de ar 
Eu sou de terra 
Por isso vivemos nessa guerra 
Apenas descobri 
Que já não quero mais 
Viver sem ela 
E essa liberdade dela. 

Fabi Nunes ​
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